Leipzig Meuten

O termo meuten pode facilmente ser traduzido por bandos (gangs), neste caso de jovens adolescentes. Vários meuten existiram em território alemão, uns mais politizados, outros menos, uns desde os tempos pré-guerra, outros durante a mesma, mas um movimento se destacou particularmente (e assim acabou por resumir um pouco a noção de meuten) — os Leipzig Meuten. À semelhança dos grupos pertencentes ao movimento geral Edelweiss Piraten, os vários meuten também professavam o gosto pela música, pelas surtidas em direcção à Natureza, também se libertavam sexualmente mais cedo e mais livremente, também odiavam a Hitler Jugend, também faziam das ruas os seus domínios. Mas os Leipzig Meuten tinham uma característica própria, que os distinguia do resto dos grupos juvenis — uma adesão e difusão do Comunismo e seus valores.

Não que fosse algo bem definido, não que existissem programas que levavam à letra e que lutavam por implantar, não que tivessem sequer ligações directas a partidos comunistas, mas antes uma consciência comunista. Oriundos de "bairros vermelhos" da grande Leipzig, estes filhos da classe operária, cujos pais haviam vibrado com os conturbados tempos da República de Weimar, estes jovens alimentavam-se de uma nostalgia comunista (ah, quando o nosso lado era forte...) enquanto sonhavam por melhores dias, pelo dia em que todos seriam iguais. No fundo, tratava-se mais de uma conciência, protesto e estilo comunistas e não tanto de uma resistência clandestina comunista.

Contudo, e para desgraça deste jovens, esta vertente comunista foi usada pela Gestapo de modo a poder utilizar perante a Lei a forma jurídica "actos preliminares à alta traição" e, assim, os poder perseguir e esmagar, como o fez. De acordo com registos e relatórios da Gestapo local os Leipzig Meuten atingiram o seu pico de acção nos anos 1937-39, chegando em dado momento a atingir os 1.500 elementos.


Informação maioritariamente recolhida de PEUKERT, Detlev J. K. – Inside Nazi Germany. Conformity, Opposition, and Racism in Everyday Life; Yale Univ. Press, New Haven and London, 1987.


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