Geheimes ou Heiliges?

«Es Lebe Unser Geheimes Deutschland» (Vida Longa à Nossa Secreta Alemanha) ou «Es Lebe Unser Heiliges Deutschland» (Vida Longa à Nossa Sagrada Alemanha)? Quais as verdadeiras e derradeiras palavras de Claus Phillip Maria Schenk Graf von Stauffenberg? As opiniões dividem-se quanto ao termo utilizado para adjectivar a Alemanha. Secreta ou Sagrada? Naqueles minutos iniciais de 21 de Julho de 1944, no pátio interior da Bendlerstrasse (rua berlinense onde ficava localizado o Ministério da Guerra e termo que passou rapidamente a designá-lo), no meio dos disparos, envolvidos todos que estavam naquele triste espectáculo, parece difícil de sustentar a ideia de que as verdadeiras palavras tenham tido eco e registo nos que do outro lado das espingardas se encontravam. Na mente de Stauffenberg e dos que com ele morreram certamente. Mas esses caíram. E o silêncio que se seguiu (e que ainda hoje se faz ouvir) certamente teve parte responsável na dúvida que persiste e prevalece.
A versão adoptada (mesmo ostentada!) por este blog é aquela que acredita que, mais do que uma intenção de homenagem e de prestação de serviço eterno a uma pátria amada (recorrendo assim a uma expressão comum), a verdadeira intenção de Claus Stauffenberg foi a de prestar homenagem a uma Alemanha que ele e os seus irmãos Alexander e Berthold, e tantos outros amigos, conheciam, idealizavam e amavam. A Alemanha Secreta de Stefan Anton George. Além de que para Stauffenberg dificilmente aquele momento histórico, aquela pátria que ele calcorreava, de front para front, em constante agonia, mereceriam dignamente o termo "Sagrada". A Alemanha Secreta, pelo contrário, seguiria o seu rumo, mesmo sem contar com ele, Stauffenberg. «Es Lebe Unser Geheimes Deutschland», portanto.

3 comentários:

Anónimo disse...

Presto homenagem a este grande Oficial, a este valoroso homem que diante do maior dilema que possa envolver um ser humano, isto é, ser fiel aos seus princípios ou preservar ou situação de comodismo pessoal, manteve-se fiel aos seus maiores imperativos morais, pagando caro por ousar e empreender comportamento no sentido de mudar a realidade.

Anónimo disse...

Que blog interessantissimo. Parabens!!! Adorei tambem o foco nos grupos de resistencia informal, como o Swingjugend etc.

carlosvieirareis disse...

Só hoje dei conta de que o blog já tinha (finalmente!) alguns comentários... (tinha a funcionalidade de aviso desactivada...)

Seja como for, muito agradecido pelas gentis palavras.

E sim, Fabian, essa é uma vertente que me interessa muito, isto é, a dos pequenos e desconhecidos resistentes. A descoberta das formas menos comuns de resistência. Por vezes, sinto que Stauffenberg tem sido o pretexto. Questiono-me se algum dia escreverei o seu texto... ;) Se calhar ele ficará para sempre na lista "para breve", inspirando os que estão na lista de cima... quem sabe?